coisas que eu até suportaria mas a minha condição não permite #2

Hoje..

Hoje lembrei-me da conversa que tive  de madrugada com um amigo a propósito, entre outras coisas, da importância do Hino e da sua especial predominância no que chamamos patriotismo e coesão nacionais. Ao que ele me dizia muito convictamente que era de extrema importância sermos revivalistas e adoptarmos essa tradição novamente nas escolas.

A minha visão sobre isto é de profundo desacordo com a opinião dele, porque Ele acha que só dessa forma conseguimos saber o que somos e não saber o Hino é grave como, segundo o próprio, síndrome do anti-patriotismo.


A minha visão: Não saber o Hino é gravíssimo, que é, mas não saber quem foi Fernando Pessoa, Camões ou há quanto tempo somos um país autónomo e independente no que respeita aos seus limites geográficos é bem pior. Nós damos a conhecer aos outros o nosso país não por vida do quão exímios somos a cantar o Hino mas principalmente pela nossa educação, cultura, no limite pelos nossos costumes, é a partir desses pilares que os Outros tiram ilações acerca do nosso país, generalizando para o resto da população portuguesa. Achar que o Hino é matéria fundamental em torno da educação é o mesmo que achar que tenho mais respeitabilidade por usar gravata do que estar todo roto, será que importa mais parecer do que ser?

Deixemo-nos de vender com um lindo invólucro e foquemo-nos no essencial, a essência de nós próprios e isso como em muita coisa na vida vai muito para além do Hino Nacional.

Chega de sermos bonitos e fazermos figura é que sem conteúdo a figura torna-se no palhacinho mais adorado do circo como temos sido de há uns anos para cá.

Acabemos com o estigma!