"Dois dos três detidos no sábado, dia 4, no Rossio, quando iniciavam uma “assembleia popular” no dia de reflexão eleitoral, vão ser julgados por “injúrias, resistência e coacção sobre os agentes de autoridade que estavam no exercício das suas funções”, segundo descrição feita pela advogada dos dois arguidos, Luísa Acabado. O julgamento será a 16 de Junho.
Esta decisão foi hoje conhecida no Tribunal de Pequena Instância de Lisboa e teve direito a uma conferência de imprensa por parte dos membros do Movimento “Democracia Verdadeira Já”, onde militam os dois arguidos, ambos do sexo masculino, de 26 e 27 anos.
“A Polícia Municipal pediu a identificação a dois membros do movimento, mas como não estava ser cometido nenhum crime recusaram identificar-se, pelo que os agentes partiram logo para uma atitudeviolenta, sem que percebêssemos as razões de tal atitude”, descreveu Inês (só dão a conhecer o primeiro nome), uma das porta-vozes (rotativa) do movimento. De seguida, chegou uma carrinha da polícia de intervenção e “começaram a bater em toda as pessoas, sendo a maior parte transeuntes que apenas mostraram interesse pela nossa iniciativa”, acrescentou Sara, outra das porta-vozes. Foramapreendidos artigos como “geradores, gasolina, fotografias impressas para a exposição, colunas de som e mais material”, revelaram.
As porta-vozes do movimento declararam à comunicação social que “esta carga policial tinha como objectivo o de nos silenciar” e agora pretendem saber “quem ordenou esta carga policial: A Câmara de Lisboa ou o Ministério da Administração Interna?”.
Dia 19 de Junho, três dias depois de iniciar o julgamento destes dois arguidos, o Movimento “Democracia Verdadeira Já” vai fazer uma manifestação com partida do Cinema São Jorge, na Avenida da Liberdade. Esta manifestação já estava marcada e está em sintonia com as várias manifestações de igual carácter que ocorrerão em todas as cidades onde houve uma acampada.
Este movimento foi o dinamizador da Acampada de Lisboa (congénere às idênticas manifestações em várias cidades espanholas), que esteve 12 dias a pernoitar numa das praças mais centrais de Lisboa. Desmobilizaram as tendas improvisadas na terça-feira passada."
Este é o meu comentário
Bem... só quem por perto lá passou percebeu realmente o que aquilo era. Eu fui um dos que lá passou. O pessoal reuniu-se para protestar e imitar os Espanhóis (porque aparentemente os protestantes Portugueses não têm ideias próprias). Passando à frente o facto de ser uma imitação barata dos vizinhos do lado, as pessoas foram-se juntando unidas por um ideal de protesto pacífico e ajuntamento não violento contra as troika's, os fmi's, os sócrates, os coelhos, os banqueiros, os patrões, entre outras coisas que sinceramente não me interessam. O que realmente me interessa é o que se tornou este protesto inicialmente válido, ou seja, quem lá passou perto viu e sentiu: gente a dormir ao relento, gente a cheirar mal, gente a drogar-se, gente a ocupar um espaço público e túristico, gente a não trabalhar, gente a não estar a procura de trabalho, gente com rastas (este facto é apenas observacional e nada mais), gente que foi para ali porque acredita em algo e também gente que para ali foi porque era giro, era cool e era anti-sistema. uuhuhuh
Queixaram-se depois de violência policial que é justificada (desde que não seja em excesso) tendo em conta que estão várias leis a serem violadas à vista de todos. A policia não tem de fazer as coisas com festinhas e chi corações embora não possa também abusar do seu poder.
Sinceramente, caso eu mandasse teria feito o seguinte: pediria para falar com os organizadores do protesto e diria "ok, tudo bem, protestem à vontade mas dou-vos uma semana para fazerem a vossa cena e chamarem a atenção à vossa causa mas no dia X à hora Y terão de se retirar." Julgo que seria uma proposta bastante tolerante e aceitável. Caso aceitassem, o que eu duvido, estaria tudo bem, eles fariam o seu protesto e no dia combinado estaria a praça vazia. Caso não aceitasse, eu teria em consideração enviar as forças policiais para fazer uma carga sobre todos e quaiquer manifestantes que lá permanecessem. Que tal?! Hmmmm.... talvez isto seja um bocado bruto mas pronto, deve ser do dia de hoje e deste tempo feio.