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quinta-feira, 4 de agosto de 2011
sábado, 11 de junho de 2011
Indiana Jones faz 30 anos...
... e Harrison Ford com 68 anos é esperado que filme uma sequela depois do fiasco que foi o Reino da Caveira de Cristal. Essa sequela é entendida como um pedido de desculpa aos fãs. O guião já está em fase avançada e o George Lucas prometeu coisa boa portanto estou deveras curioso e entusiasmado.
Indiana Smith nasceu como um filme de baixo orçamento feito por amigos. O Jones substituiu o Smith no primeiro dia de gravações. Os amigos eram os pais dos blockbusters, Steven Spielberg e George Lucas, que juntaram a fome com a vontade de comer. Spielberg queria fazer um filme ao estilo 007 e Lucas queria contar a história de um arqueólogo mas andava demasiado ocupado com "A Guerra da Estrelas". Em 1981, nascia um clássico do cinema, eleito pelo American Film Institute como o 66º melhor filme de sempre e que pôs uma geração a sonhar com arqueologia. "A ideia era simples. Um filme de acção e aventura com um artefacto sobrenatural. A personagem era um arqueólogo determinado a conseguir o que queria por mais difícil que fosse", recorda o produtor George Lucas no making off do DVD. Para Spielberg este filme teve um gostinho especial. Além de ter recebido a segunda nomeação para o Óscar de melhor realizador, aprendeu a cumprir prazos e orçamentos. "Estava desesperado. Tinha feito filmes que tinham ultrapassado em muito o orçamento e queria provar que conseguia fazer um filme financeiramente responsável. Acabámos 60 dias antes e cumprimos o orçamento", recorda o realizador.
Indiana Jones estreou no dia 12 de Junho de 1981 e para assinalar a data falámos com verdadeiros arqueólogos sobre a herança Indy. A arqueóloga do Museu da Cidade, em Lisboa, Manuela Leitão viu os filmes várias vezes mas não foi para arqueologia por causa deles. "Vemos muitos jovens com um imaginário egípcio, que, ao estilo Indiana Jones, escolhem arqueologia. Não foi o meu caso." Quanto à realidade em Indiana Jones, já desconfiamos que havia pouca. "A semelhança é a paixão pela descoberta e também temos as nossas aventuras, só que sem chicote", acrescenta.
A arqueóloga revela que o entusiasmo da descoberta pode levar ao descuido das regras básicas de segurança, fáceis de quebrar quando se entra em edifícios com milhares de anos. Mesmo assim não há registo de forças sobrenaturais. Outra grande diferença é a procura de artefactos valiosos e poderosos. "A seguir à I Guerra Mundial, os países procuravam a sua identidade e os artefactos eram quase uma espécie de coleccionismo. Era uma arqueologia ligada à peça valiosa com um aspecto exótico, sem interesse o lado científico", conclui Manuela Leitão. O director do Museu Nacional de Arqueologia, Luís Raposo, concorda. "A grande descoberta não é uma peça valiosa em termos monetários. Um osso de um animal pode ser importantíssimo porque demonstra que essa espécie existia numa determinada zona." O arqueólogo e professor na Faculdade de Letras das Universidade de Lisboa lança outra crítica ao filme: mistura de símbolos. "É um western arqueológico e não corresponde à realidade. Utilizam estátuas de civilizações antigas, mas depois misturam as épocas. Acredito que seja uma das razões de êxito porque ajuda as pessoas a identificarem o que vêem. É um concentrado histórico", diz. Mesmo assim reconhece que os filmes "contribuem para incutir o gosto da arqueologia". Só não acha muito piada ao nome do protagonista. "Não é muito simpático para os arqueólogos que Indy seja o nome do cão de Lucas."
Ford
Por pouco, não foi Tom Selleck a usar o chicote. A primeira opção era Harrison Ford, mas George Lucas não gostou da ideia de Spielberg. Harrison Ford era Han Solo em “A Guerra das Estrelas” e o realizador não queria confundir os espectadores. Só que Tom Selleck foi obrigado a entrar na série “Magnum P.I.” e o lugar ficou livre. Foi nessa altura que Spielberg voltou a atacar. Harrison tornou-se numa peça-chave do sucesso do filme, com humor e postura inconfundíveis. Um sedutor que conquistava espiãs nazis e mulheres duronas. O actor ficou conhecido por improvisar muito, como na cena em que está no barco com Marion e diz, referindo-se às cicatrizes e mazelas: “Isto não são os anos, querida, é a quilometragem.” Direitos de autor: Mr. Ford.
Arqueologia
Indy é um professor de Arqueologia que quer clarificar a história. Normalmente não procura coisas simples, como o túmulo de um faraó. Indy vai escolher os elementos religiosos com poderes, como a arca perdida, o santo graal, que nunca foram encontrados.
Misticismo
Regra de ouro criada pela dupla Spielberg-Lucas: começar com muita acção e terminar com uma boa dose de sobrenatural. Em “Os Salteadores da Arca Perdida”, Indy está na América Latina a roubar uma estatueta de ouro e a ser perseguido por uma bola de pedra gigante. No final encontra a arca com as tábuas dos Dez Mandamentos e vive uma experiência mística e sobrenatural.
Nazis
Estamos em 1936 e os mauzões de serviço são os nazis. É aqui que a aventura ganha contornos épicos. Indy anda à caça de tesouros e pelo caminho evita que os nazis ponham as mãos em artefactos que iriam alterar o curso da humanidade.
Cobras
É o lado trágico-cómico da saga. Logo no primeiro filme percebemos que Indy enfrenta nazis, árabes, forças sobrenaturais, mas cobras é que não. A cena preferida de Spielberg é o diálogo à entrada do túmulo egípcio entre Indy e Sallah. “Cobras. Porque é que tinham de ser cobras?” Sallah corrige: “Víboras... Muito perigosas. Tu vais primeiro.” No filme aparecem 6 mil répteis e garantem os entendidos que a maioria não são cobras, mas lagartos sem pernas...
Roupa
O charme de Indiana está no chapéu mandado fazer na famosa loja de Herbert Johnson na Saville Row, em Londres, e na roupa de aventura ao estilo dos clássicos dos anos 40. Nesta época era deselegante um cavalheiro não usar chapéu. E Indy nunca perde o seu.
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