As novas regiões afetadas incluem dois locais onde se concentraram centenas de milhares de deslocados somalis, para tentar ter acesso a alimentação.
"As três regiões (afetadas) são locais onde se encontram deslocados do corredor de Afgoye, a comunidade de deslocados de Mogadíscio, nos sete distritos da cidade, e nos distritos de Balaad e Adale no Médio Shabelle", acrescentou.
Em julho, a ONU tinha decretado uma crise de fome nas regiões de Bakool e no Baixo Shabelle, ainda no sul da Somália, um país assolado há 20 anos por uma guerra civil.
Cerca de 409 mil somalis reuniram-se no corredor de Afgoye, precisou a responsável da ONU, no que constitui a maior zona de deslocados no mundo.
"Em consequência, a fome poderá estender-se a todas as regiões do sul da Somália nas próximas quatro a seis semanas", refere o texto.
Para mais, as recentes chuvas torrenciais na região do Mogadíscio agravaram as débeis condições dos habitantes e deslocados, muito enfraquecidos pela subnutrição.
A Suíça já anunciou uma doação suplementar de 4,5 milhões de francos suíços (4 milhões de euros) e a presidente da Confederação helvética, Micheline Calmy-Rey, de visita ao Quénia, deverá deslocar-se o campo de Dadaab (leste do país) que acolhe 380 mil pessoas vindas da Somália e considerado o maior campo de refugiados do mundo.
De acordo com dados das Nações Unidas, a seca no leste de África ameaça cerca de 12 milhões de pessoas. A ONU e a ONG Oxfam alertam que cerca de 564 mil podem morrer em breve, na ausência de uma intervenção urgente. A crise humanitária poderá igualmente estender-se geograficamente, com a organização da ONU para a agricultura e alimentação (FAO) a indicar na terça-feira que o Uganda começou a ser atingido pela seca e a insegurança alimentar.
A situação é particularmente crítica na Somália devido à dificuldade, ou impossibilidade, de acesso às zonas controladas pelos insurgentes islamistas "shebab". Na terça-feira os Estados Unidos decidiram suavizar as sanções dirigidas aos "shebab", definidos como "organização terrorista" por Washington, para facilitar o envio da ajuda.
Lusa
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