Zé Sócrates confirma. A ajuda vem a caminho.
A sensação que tenho é a mesma de me estar a afogar e saber que vem um tubarão na minha direcção... para me salvar.
Ainda não é muito claro com que formato a nossa salvação vai chegar, mas é certo que o FMI vem no pacote.
Achei apropriado deixar-vos alguma leitura sobre o assunto: isto, isto e isto.
Para quem não sabe, o FMI já interviu duas vezes no nosso país: em 1977 e em 1983.
Ramalho Eanes diz que FMI "foi fundamental" em 1977 e 1983 e até acredito que sirva para "sossegar os mercados", permitir custos de financiamento mais baixos, equilibrar as contas públicas e "meter ordem na casa".
A curto-prazo e à vista de todos vão estar os cortes nos apoios sociais, o aumento dos impostos, a suspensão do subsídio de férias e de Natal (em primeiro lugar, na Função Pública, mas esta pode ser uma medida adoptada também no sector privado), o congelamento dos aumentos salariais (soube ontem que a Novabase, uma excelente consultora de TI, não vai aumentar os salários este ano).
Nas sombras, por detrás das cortinas, o que perdemos (e não perdemos agora, mas temos vindo a perder gradualmente ao longo dos anos) é a soberania. Ficamos hipotecados, nas mãos de poderes que não têm nada de democrático nem português. Ficamos entregues aos interesses económicos e financeiros dos nossos credores.
Dívida.
Estamos a vender dívida às toneladas. Os juros da dívida a 10 anos estão hoje nos 8,767%. Isto significa que estamos a comprometer-nos a daqui a 10 anos pagar o dinheiro que nos "derem" hoje mais um juro de 8,767%. E temos também a dívida a 3 e a 5 anos. Isto significa que o país vai ter que gerar dinheiro suficiente para equilibrar as contas públicas e ainda terá que sobrar para pagar os juros da dívida.
Devido à estrutura da nossa economia, que não é forte porque não gera muito dinheiro, é praticamente impossível gerar esse dinheiro. E o FMI entra também por causa disso.
Ficamos salvaguardados porque não vamos à falência. Sabemos que vamos ter dinheiro para pagar, porque o FMI se chega à frente.
O FMI é mais fléxivel que os outros credores no que diz respeito aos prazos de pagamento.
Isto significa que daqui a 3, 5 e 10 anos poderemos pagar toda a dívida que "vendemos" nesta fase. Significa também que os nossos filhos vão nascer endividados, porque o país vai andar a pagar o dinheiro que o FMI cá colocou ad eternum.
Isto significa que em cada apoio social, em cada projecto, em cada iniciativa pública, a prioridade deixa de ser o bem das pessoas, e passa a ser manter as contas em ordem.
Vamos viver num país onde o mind-set é "Pagar as contas primeiro, viver depois".
É a escravidão do novo século. Somos escrav0s da dívida.
Isto escapa à compreensão da maior parte do povo.
O povo. Desinformado, apático e conformado. Uma manifestação é um evento social, já não é uma manifestação. Geração à Rasca my ass, experimentem Geração Morangos com Açucar.
Este senhor sabia do que estou a falar. Terá sido por isso que se mudou para Espanha?
Não podia terminar com este tom negativo.
Radioactividade e dezenas de milhares de mortos no Japão, opressão na Líbia, Iémen, Síria, Bahrein e na Costa do Marfim, não esquecendo a fome e a pobreza "habitual".
Temos problemas maiores para resolver. Pensem positivo.
1 comentário:
finalmento oh chefe. gostei da capa do cd. lol
mas sim, somos novos escravos mas desta vez há escravos de todas as cores (o que é chato..) lol
Enviar um comentário