Bem como todos sabem e o próprio artigo fala disso poucos são aqueles que vêem as séries a partir de um canal por cabo e cada vez mais a "net" se apoderou dessas mesmas séries e downloads etc ..
No entanto esta noite pode mudar tudo e porque?
Porque simplesmente uma série de nome " House of Cards" que foi disponibilizada só na internet esta nomeada .. isso é sinal que se esta série "televisiva" ganhar esta noite um prémio ... faz-se historia !!
(Sinceramente ... Era mm nice que ganhasse porque está brutal e o Kevin Spacey faz um papelão BRUTAL .. desculpem lá a imparcialidade )
A 65.ª edição dos Emmy, podem ser vistos em Portugal a partir da 1h no AXN White, tem um sabor diferente - a Internet. House of Cards pode não vencer, mas ser nomeada já quer dizer muito
A realidade bateu à porta dos Emmy e não era um membro do clã Kardashian, um fanático dos cupões ou um concurso de cozinheiros que estava do outro lado da porta: era um site. Outros ecrãs para os conteúdos do costume - séries de comédia, drama, talk-shows e, claro, reality tv. Este ano, com o efeito Netflix, os prémios foram obrigados a reflectir uma mudança que há muito se faz nos consumos televisivos - produzida para a web, House of Cards é símbolo da mudança na produção e distribuição.
As regras do jogo mudaram e a Academia de Artes e Ciências Televisivas mudou com elas - há cinco anos. Em 2008, a academia que atribui os Emmy alterou as suas regras de elegibilidade, tornando possível que um programa como House of Cards, que não é exibido regularmente em canais de televisão nos EUA, possa ser candidato contra séries dos generalistas ou dos canais por subscrição. "As nossas regras são mudas quanto ao tipo de ecrãs em que um programa é recebido", explica o vice-presidente da Academia à revista TV Guide.
Mas só cinco anos depois é que um programa desse universo foi nomeado, indo a jogo numa cerimónia que se realiza esta noite em Los Angeles: House of Cards, a saga política com Kevin Spacey, Robin Wrigth e produzida por David Fincher, concorre com Segurança Nacional (Homeland, vencedora em 2012),Mad Men (vencedora entre 2008 e 2011), Ruptura Total (Breaking Bad) eGuerra dos Tronos - todos de canais do cabo, todos exibidos em Portugal - na categoria de melhor drama. Há ainda Downton Abbey, que passa na televisão pública americana, a PBS.
Qualidades e gostos à parte, House of Cards, a série do serviço de streamingde vídeo online Netflix, é diferente das outras: esta temporada inaugural foi lançada na íntegra, os 13 episódios no mesmo dia, para consumir à vontade do freguês. A Academia moldou-se aos tempos, reconhecendo o que o serviço destreaming já tinha espelhado: o comportamento de visionamento de quem compra, um ano depois, uma caixa de DVD para ver uma série de enfiada ou de quem descarrega todos os episódios ou os vê de seguida ilegalmente emstreaming na Internet.
O mesmo aconteceu, há muitos, muitos anos, no que agora parece ser uma galáxia muito, muito distante, com o cabo. Em 1988, os Emmy abriram-se aos programas da televisão por subscrição, acabando com o monopólio dos prémios para os generalistas. Só seis anos depois um programa da HBO ganhou um Emmy (este ano bate novo recorde e é candidata a 108 prémios) e a primeira vitória para uma série foi em 2001, com a segunda temporada de O Sexo e a Cidade. "Breaking Bad [série do AMC amplamente elogiada pela crítica e que termina no próximo domingo] e o Netflix poderiam não existir na sua forma actual, se a HBO não tivesse aberto caminho ao mostrar que as séries dramáticas verdadeiramente inteligentes e adultas podem chamar público", disse à Reuters o produtor de Breaking Bad, Tom Schnauz.
Fronteiras difusas
No fundo, há mudança, mas também padrões na forma como a indústria reage à descoberta de novos caminhos para os seus produtos. Tudo isto não quer dizer que esta noite House of Cards seja uma vencedora à partida nas suas nove nomeações. "Os votantes [da Academia] são normalmente rápidos a identificar novos programas significativos e a reconhecê-los com nomeações, mas lentos a dar o salto maior e a deixá-los sair como vencedores", escreveu na semana passada o principal crítico de televisão da revista Variety, Brian Lowry. Os Sopranos esperaram cinco anos por um Emmy, Sob Escuta (The Wire) nunca recebeu um.
Até aqui, a história em torno dos Emmy, a cada ano, dividia-se em três caminhos: a noite dos vencedores, a moda e o glamour dos nomeados, e os mais críticos a defender que estes prémios não são verdadeiramente significativos no que toca a atestar a qualidade do melhor que se faz na televisão americana - que no mundo continua a ser das mais influentes e consumidas, venha de que plataforma vier (House of Cards passa no canal TV Séries, por exemplo). Ainda assim, Lowry considera que, dada a competitividade de algumas das categorias na cerimónia desta noite, "ser convidado para a festa como nomeado já é um statement".
E, diz o perito, a Academia "parece ligeiramente mais sensível" à mudança do que antes. Esta nomeação foi "um passo em frente para os conteúdos distribuídos pela Internet em termos de ambição e buzz", diz ainda o crítico daVariety, e é "mais uma indicação de que as fronteiras que separam essa programação [web] da televisão tradicional são cada vez mais difusas e arbitrárias".
Também na Internet, há outro candidato especial nestes Emmy que serve como sinal dos tempos: Jerry Seinfeld está nomeado com o seu talk-showpara a web Comedians in Cars Getting Coffee na categoria de programas de não-ficção de curta duração. O comediante que enriqueceu com a sua série de TV nos anos 1990 não pensa em voltar à televisão porque esta parece "francamente pequena quando comparada" com a web, disse à publicaçãoHollywood Reporter. "Estou a fazer o programa mais pequeno possível no maior canal possível."
Fonte : Publico
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