sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Discurso quase directo.

O discurso podia ser quase surreal dentro daquele cenário. Era plástico como todas as palavras que ele dizia em surdina. Deixei de perceber o contexto e a medida em que todas as palavras são ditas, porque para mim, o relógio vence sempre a inutilidade do tempo. E já estava na hora de não ter mais por onde sonhar, estava na hora de romper com o discurso directo e torná-lo real. A impermeabilidade de todas as vírgulas e pontos finais era já para mim um ponto de ruptura. Não gosto de nevoeiro, gosto de claridade e objectividade e tudo o que para mim seja sinónimo de "talvez" só aceito nos filmes, mas só naqueles em que já sei o final. Os pedaços do discurso guardo para depois, quando tiver vontade de uni-los um a um, sem mágoa, sem promessas castradoras daquilo que significa acreditar.
Na dose certa tudo é real, tudo o que excede ou extravasa a noção do real é então uma fábula a meio parágrafo.
E o fim é o ponto de viragem.http://www.youtube.com/watch?v=QXwPUYU8rTI&feature=relmfu

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